eu lembro direitinho o dia em que meu pai quebrou minha tv. era um dia chuvoso em brasilia e eu tava jogada na cama vendo tv. quando, não mais do que de repente a tv pifa.eu chamei meu pai e ele veio pra dar um tapinha de leve na tv pra ver se ela funcionava de novo( essa técnica sempre funcionava). o problema é que o tapinha não foi tão de leve e uma peça importante descolou la dentro. pronto. eu garanti uns 15 dias sem tv e a criação desse blog. ; )

hoje eu queria estar ai. hoje eu queria os rostos conhecidos, a minha capital conhecida , meu cerrado que não acaba mais. hoje o ar umido parece impossivel de ser respirado.quero tanto que chega a doer. "por que é que não se junta tudo numa coisa só?"

iria so até o fim, daria tudo e mais um pouco de mim.

quando alguém escreve coloca um pedaço da alma dele pra fora. deixa ao relento , aos olhos dos outros, as criticas dos outros , a maldade dos outros. é preciso coragem ou insanidade.

quando escrevo coloco um pedaço de mim pra fora.expulso um pedaço de mim,mas com pesar. deixo ao relento , aos olhos dos outros, as criticas dos outros , a maldade dos outros.como um filho que a gente cuida, mas que depois joga no mundo.

de vez em quando a guria só queria saber de fugir. ela se sentia pequena no mundo, se sentia perdida, se sentia errada. as vezes ela fugia só pra se sentir covarde depois. estou cansada da guria. estou cansada de suas duvidas e divagações. cansada da fraqueza da guria, não sinto cansaço da falta de poder que ela tinha porque poderosa ela era e muito. o que me cansou foi a fato dela não compreender esse poder, não se valer . queria jogar fora a guria, mas dentro de mim ela entrou e agora não há o que fazer. as vezes me canso dela, as vezes encontro com ela, as vezes choro por ela. as vezes ela sou eu e eu sou ela.tão intrinsecas tão unidas e tão distintas.
não sou a guria quando não quero ser. sou a guria. a guria que se deixa levar, que não entende nada do mundo , que chora porque tá nervosa. to nervosa, to com medo, to feliz.