domingo, setembro 25, 2011

"Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável"
Oswaldo Montenegro

quinta-feira, setembro 08, 2011

As vezes fico pensando se sou pra você o que muita gente é pra mim.Aqueles amigos que eu deixei quando mudei,aqueles pra quem eu fui deixando de escrever, fui deixando de lembrar.Sou?
Será que personifiquei em você o que talvez eu fui pra alguém?
Sabe que as vezes eu tenho vontade de chocar ao mundo?De fazer com que eu me veja.
Eu fui deixando os anos passarem, eu fui esperando que tudo se esquecesse.Eu fui tentando me fazer esquecer, com certeza você já esqueceu.Mas,de repente eu não mais me controlei e fui até você.
Te liguei e você não atendeu,bati na sua porta.Agradeço ainda pela falta de olho mágico,porque suspeito que você talvez não atendesse ou já atendesse pensando no que dizer.Você abriu e me viu,sorrindo feito criança,só feliz de tá ali do teu lado.
Eu tava rezando pra que você ainda fosse o mesmo, mesmo sabendo que eu não era a mesma.Sabendo que eu mudara de tantas formas,que tudo mudara,mas que mesmo assim eu não conseguia te esquecer.Talvez porque você fosse o meu clichê,a minha história de adolescente.Talvez porque eu me agarrava a sua memória como quem se agarra a um porto de convicções e sonhos infantis.Eu nunca entendi que você era humano,eu nunca concebi erros.
Então você me olhou.E o meu sorriso implorava por tudo de volta,mas como você poderia entender?Eu fui pra você algo pra esquecer,algo que te fez sentir alivio quando partiu?
-O que você tá fazendo aqui?
Eu sorri sem jeito e comecei a falar.Não disse nada.Falei por horas a fio,tentando em vão te dizer algo.Queria dizer que sentia falta.Mas,falta de quê você perguntaria?Eu ria sem jeito e você ria sem sentido.Eu te olhei fundo,segurei sua mão como se eu pudesse te fazer entender.
-Eu sinto tanta saudade de algo que eu nem sei se vivi.
Te abracei forte,não quis te largar.Nunca quis.
Só me diz que eu não imaginei,só me diz que um dia eu vivi isso.

domingo, setembro 04, 2011

Hoje eu vejo o quão corajoso você foi.Auto-destruição é algo muito mais bravo do que o que eu fiz.Eu me prendi a amarras,eu sou covarde o bastante pra entrar em espirais de pânico,pra não me permitir alegria.Eu provavelmente vou estragar tudo,provavelmente vou jogar fora e depois passar anos a me torturar.E daí,já vai ser tarde.Queria que você entendesse o que eu não entendo.
eu nunca me senti tão culpada assim.eu me convenci que não hacia importância,eu me convenci que no final eu consertei tudo.mas,foi você chegar,foi te ouvir,foi me ouvir.Eu disse que acreditava que trair é coisa de caráter,que é coisa de gente ruim.Eu estive lá,eu traí.Apesar de todo mundo dizer que eu não tinha nada a ver com isso,apesar de não ter sido eu a compromissada.Eu tava lá,eu sabia de tudo.Culpa é algo complicado.Difícil de entender que não importa o quanto eu tente superar,não encontrei a fórmula exata de fazê-la ir.E então você chegou,e eu senti tanta raiva de quem te machucou,de quem te quebrou daquela forma,ouvi tudo,e ontem percebi que de algum modo eu estive lá.Diferentes situações,diferentes pessoas alguem diria. eu nunca me senti tão culpada assim.