domingo, novembro 21, 2010

"-Esse seu pai,parece que só sabe meu nome."

No dia em que você morreu, eu liguei pra ele na hora.Gaguejei por uns dois minutos até dizer pro meu pai o que eu não queria entender.E ele chorou.Sabe,Hai há certas manhãs em que eu acho aquela meia que você me emprestou na minha gaveta e ainda dói.As vezes eu quero ser egoísta e pensar que eu queria você vivo e que foi uma grande injustiça.As vezes eu penso direito e sou capaz de entender o quanto você sofria.As vezes eu penso em devolver a meia pra sua mãe.Eu nunca fui capaz, ainda preciso de um pedaço palpável de você. Amigo pra todos os momentos, amigo que conhece a nossa familia.Não consegui ir no seu tumulo no dia dos finados.Não peço desculpas por isso, porque sei que você entende. Me acalma pensar que de tão superior a sua alma cumpriu a missão cedo.Eu te conheço,Hai.Eu vou te conhecer sempre.Andei pensando em você demais nesses ultimos dias. Que saudade imensa,saudade do que eu queria ter vivido saudade de pensar em como seria te encontrar na UnB.Saudade da saudade que eu sentiria se você tivesse voltado pra Porto Velho.Sinto saudade do dia que te vi em Aguas Claras e como eu brinquei sobre o seu pescoço.Me sinto tão idiota por ter achado que era uma coisa que ia se curar, por ter acreditado até o ultimo momento que você ia sarar.Sinto saudade.Sinto saudade.

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